quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A decepção do PSol e minhas mudanças de voto no decorrer da campanha

Nesses quatro anos, desde a última eleição a cargos federais, tenho acompanhado com satisfação o amadurecimento do PSol no Congresso Nacional. Deputados como Chico Alencar, Ivan Valente e o surpreendente Jean Willys se destacam na defesa da democracia, no combate a diversas formas de discriminação e numa postura propositiva, criticando o governo quando necessário e apoiando quando coerente. O senador Randolfe Rodrigues, da mesma forma questiona os espaços sem renovação no legislativo e enfrenta José Sarney, no Amapá, seu estado de origem.

Além disso tem o corajoso e brilhante deputado estadual do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo. A atuação desses caras me fez decidir, antes mesmo de conhecer os candidatos, que votaria fechado com o Psol, como forma de reconhecimento.

O partido amadureceu e eu levei o PSol a sério, mas parece que ele não. A escolha do candidato a presidente foi bem atrapalhada. Primeiro Randolfe se autoproclamou candidato, atropelando um princípio do partido que é a democracia interna. Não deu outra, essa postura de querer poder pra si mesmo foi mal vista e ficou sem apoio mesmo dentro da legenda. Depois escolheram para substituí-lo, Luciana Genro. Parece uma boa opção.

Em Mato Grosso a coisa é bem pior. Depois de duas candidaturas à majoritária (prefeito e governador), o Procurador Mauro se lançou candidato a deputado federal. É prudente que depois de lançar o nome, participar de debates e conquistar simpatia de parte do público, ele garantisse uma vaga no legislativo. Mas e o restante da chapa?

“Não importa, o partido é coerente, quem se lançar deve ser confiável” – pensei. Pode até ser confiável, mas são muito amadores. O PSol parece não ter se levado a sério, não apresentou candidatos ao governo e ao senado à altura dos deputados federais mencionados, nem à altura do seu candidado mais popular no estado, o procurador.

Cá pra nós, usar a profissão no nome do candidato já ficou feio, né? É como Pastor Everaldo, Cabo Gervásio, Doutor Walace… Mauro, vamos melhorar isso. É “da Silva”? Então use.
Percebi essa deficiência no programa eleitoral e no debate. É amadorismo do partido escolher alguém que não tenha multitalentos. É preciso decorar alguns números para citá-los de cabeça (quantidade de escolas, de hospitais, porcentagem de cada setor da economia no PIB do estado…). Não se escolhe um candidato que não saiba falar, responder a provocações e se portar diante das câmeras.

Aí alguém diz que “o que vale são as propostas”. Sério que você acredita nisso? Cristovam Buarque teve 1% de votos quando foi candidato a presidente, é sério, de histórico limpo e com a proposta de dar total prioridade à educação. Mas sem estratégias de marketing o candidato não vai a lugar nenhum. Não falo de dinheiro pra imprimir panfletos ou espalhar cavaletes na cidade, falo de mobilização dos filiados ao partido, de estratégias para o lançamento da candidatura, de discursos objetivos sem precisar atacar todo o capitalismo mundial. Por isso, essa será a primeira vez que vou mudar meu voto durante a campanha.

Devo votar nulo para o senado e em Lúdio para governador. Lúdio Cabral é o melhor candidato individualmente, tem um histórico limpo e sua atuação como vereador merecedora de aplausos. Ele tem propostas lúcidas e coerentes com sua carreira. Não iria votar nele até agora porque preferi o PSol e porque tem gente no seu palanque em quem não confio.
Para presidente, me mantenho com Luciana Genro apesar de considerar que houve falhas na divulgação de certas posturas. Eu sou a favor de dar asilo a Edward Snowden, mas pra que falar disso agora? Considero que é necessário romper com a continuidade do PT porque o vício no poder tira a capacidade de mudança de qualquer equipe.

O governo Lula/Dilma foi omisso nos problemas ambientais, na violência no campo, com as populações tradicionais, com violência da polícia e não entendeu nada das insatisfações nos protestos de junho de 2013. Além disso tem todos esses conchavos políticos que matém Maluf, Sarney, Kátia Abreu, Collor, Renan Calheiros e mais centenas de parasitas no poder.
Em 2010 eu já dizia que, a longo prazo, era melhor o PT perder as eleições. Mesmo que o PSDB assumisse e regredisse com algumas conquistas sociais. Seria preciso piorar para melhorar onde é realmente necessário, no aprofundamento da democracia. A alternância de poder é boa para isso. Vou votar em Luciana Genro para presidente, mas se o quadro atual se mantiver, voto em Marina Silva no segundo turno. Se fosse Dilma e Aécio eu anularia.

Acompanho a história de Marina e seus pronunciamentos, não vejo motivo para considerá-la uma radical religiosa nem mais à direita que Dilma. A valorização da questão ambiental me agrada em sua postura. Já as surpresas que podem vir na sua política econômica, eu estou disposto a pagar pra ver.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A dança de Plutão e Caronte

É só uma imagem em baixíssima resolução, mas diz muita coisa. Apesar de tudo que sabemos sobre Plutão, temos poucas imagens do que já foi o nono planeta do Sistema Solar.
A sonda da Nasa que está chegando lá fez algumas fotos e confirma algo que já sabíamos. Sua lua não gira em torno do planeta. Ambos giram em torno de um centro gravitacional. É como duas crianças, uma mais gordinha e outra mais magrinha girando, segurando as mãos.