segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Presidente do Uruguai, Pepe Mujica, foi assassinado por argentinos nesta manhã*



*Calma, essa situação é hipotética, mas conseguiu chamar sua atenção não é?

Continuando com o devaneio, imaginem se o querido presidente uruguaio fosse assassinado por cidadãos do país vizinho. Qual seria o sentimento do Uruguai em relação aos seus vizinhos? No mínimo ia haver hostilidade com os argentinos em visita à terra do Mujica. Mas certamente haveria argentinos que também seriam mortos.

Qual seria o papel do Mercosul nessa situação? Oferecer imediatamente apoio ao povo do Uruguai e pedir que mantivessem a calma para que as investigações apontassem os culpados e os prendessem onde quer que estivessem. Além disso, seria necessário isolar a culpa nos assassinos e mandantes do assassinato, para que os dois países não acirrassem a xenofobia.

Por que estou levantando essa hipótese? Porque foi uma parte disso que aconteceu no Brasil neste fim de 2013. Indivíduos da população de uma localidade mataram o líder de outra localidade. Depois disso, três homens da primeira sumiram. Como tentaram resolver isso? Hostilizando a população que teve seu líder assassinado.


O líder assassinado foi Ivan Tenharim, mas a imprensa mal fala o nome dele, só fala dos três desaparecidos. Parte da população do município de Humaitá reagiu violentamente, possivelmente incentivados por madeireiros, que possuem o poder econômico. Observem o trecho da matéria da Agência Brasil: O clima na cidade é tenso desde o último dia 16, quando três homens desapareceram, após serem vistos trafegando de carro pela Rodovia Transamazônica. A tensão, segundo o jornal só aconteceu com a violência sofrida por não índios. Com isso está implícito que o assassinato da liderança indígena é um evento normal e aceitável.

Tão absurdo quanto a violência contra os Tenharin é a cobertura da imprensa que entende que o conflito só começou com a possível violência dos indígenas. É como se no hipotético assassinato de Pepe Mujica, a imprensa desse mais importância a reação dos uruguaios e argentinos. E cadê o "Mercosul"?