terça-feira, 30 de novembro de 2010

Metas alcançáveis na COP16

A essa altura do debate ambiental considerar a energia nuclear uma saída para o aquecimento global é uma prova de que os governantes e gestores não entenderam ainda o que é meio ambiente. Essas pessoas pensam mesmo que o aquecimento do planeta é o único problema ambiental que temos a vencer?

A COP16 começou ontem sem grandes expectativas, mas boas possibilidades. Já que o embate político deve ser bem mais discreto e suave que na COP15, em Copenhague. Os grandes líderes não vão. Dilma estará ocupada tentando proteger do PMDB os ministérios que ainda restam para o PT. Sem grandes chefes e seus egos, os articuladores e técnicos poderão discutir diretamente e propor soluções que serão levadas aos seus países.

O desconhecimento da interligação ecológica vai continuar trazendo obras de forte impacto ambiental e de grande gasto energético. O debate precisa focar em otimizar energia e satisfazer as necessidades de qualidade de vida da população mundial. Para isso precisamos pensar em indicadores regionais de satisfação. Se a qualidade de vida continuar a ser medida pelo consumo não teremos saída para o aquecimento.

Na COP15 o Brasil levou uma proposta ousada de redução dos gases do efeito estufa. Disse que reduziria até 39% a emissão de gases até 2020. Bonito né? Mas como vai fazer?

Agora, sem arrogância de políticos, sem o clima de "quem dá mais", podemos falar de metas reais e de como alcança-las.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Rádio Resenha

Mega FM

Identidade
Segundo eles mesmos "a MEGA 95 FM é a mais jovem emissora de Cuiabá, e chegou com uma postura diferenciada, apostando numa programação popular para atingir o maior e melhor público ouvinte".

O estilo "popular" é o predominante nas rádios de Mato Grosso. É esse estilo que a Mega FM segue com todas as ferramentas que as rádios populares oferecem.

Na denominação "popular" está implicita uma futilidade comum a essas rádios. A seleção musical toca exatamente o que as outras rádios também tocam, sertanejo pop e romântico na maior parte do tempo.

Muitas vinhetas diferentes marcam o nome da rádio.

Dinâmica
A programação tem locutores bem falantes, no estilo FM tagarela. Mesmo as vozes mais graves são usadas em tons mais altos para dar a sensação de empolgação. Esse é um recurso e uma linha de alto extímulo auditivo, justamente por isso é fácil cansar dessa conversa acelerada.

Há promoções em lojas patrocinadoras, sorteios e prêmios. Durante a manhã e a tarde de audição havia uma repórter na Fernando Correa e um no Centro de Cuiabá. A distribuição de links pela cidade dá muita vida à programação, mas fica vazio se somente vender produtos.

Os programas têm propostas diferentes, mas na prática soam bem parecidos.

Recursos
Sorteios e interação fazem parte da programação. Os eventos promovidos pela rádio dipõem ingressos e convites.
Há uma enquete em que o ouvinte escolhe a melhor música entre duas. Todos os votantes concorrem a sorteios.

Humor
Spots de humor marcam a programação. A cada hora tem um spot com "As aventuras de Zezinho Gazolina", uma espécie de Nerso da Capitinga. Não é muito original por ser o típico caipira de humor e muitas piadas são bem gastas.

Diferencial
A rádio não tem. É sertaneja na maior parte do tempo, mas sem vínculo com a música ou com a cultura rural. É pop mas só toca o sucesso mais óbvio, a música de novela. Diferente da Centro América FM, que busca um segmento do público que se pensa culto, a Mega quer competir com quem já tem um público grande. É concorrente direta da Gazeta FM.

Site
Permite ouvir online, tem fotos dos artistas que mais tocam e o Top 10 bem visível. Permite pedir música, tem telefone, torpedos enviados, equipe de locutores com fotos...
O site parece muito bom, não pude avaliar a resposta às mensagens enviadas, mas espero completar essa informação no espaço de comentários do blog.

Pecados
Como a maioria das rádio, não se preocupa em dar oportunidade a artistas novos a não ser que já sejam sucesso. Prestigiar artistas locais também não é uma preocupação.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Rádio Resenha

Antes de começar a resenha sobre a rádio de hoje apresento os motivos da série que inicia agora. Cresci ouvindo rádio FM. Gostava mais de uma música tocando no rádio que no toca discos. No rádio a música sempre pareceu mais viva, os locutores falam com a gente nos dando a sensação de estarmos conectados com a cidade.
No rádio sabemos qual é a música do momento, ouvimos as antigas, as notícias são mais rápidas que a TV ou o jornal. Eu não costumava ouvir rádio em Cuiabá, mas desde que anunciaram uma rádio nova vi que era preciso ouvir para contribuir.

Centro América FM

Proposta
A nova rádio me motivou a resenhar todas as rádios de Cuiabá. Comecei a ouvir a Centro América as 9 da manhã. Um programa chamado "Faixa Executiva" trazia sucessos estrangeiros (americanos em sua maioria) dos anos 80.

A Centro América FM parece pensada para um público adulto, com maior renda que os públicos jovens. Um público que procura o conforto do que já conhece. A rádio não traz novidades, apesar da publicidade televisiva anunciar algo de novo.

Na busca de um público adulto a rádio não se esforça em ser culta, ficando na obviedade de seleções musicais dos anos 80 e começo dos 90. O estilo musical, chamado de "música de elevador", ficou conhecido assim porque preenche o ambiente sem chamar muita atenção, como acontece com a música de elevador que serve para ocupar o silêncio entre desconhecidos em contato muito próximo.

Identidade
Como novidade "A Rádio" decepciona. Parece ter muita qualidade técnica e bom senso na produção de vinhetas (ainda são poucas). Para uma rádio que está buscando espaço a repetição e variedade de vinhetas é insuficiente para marcar sua identidade.

Dinâmica
Em 1 hora e meia tocaram 4 músicas nacionais (Skank, Tim, Maia, Lulu Santos e Engenheiros do Havaí) também antigas. Nesse período de tempo a locutora (de quem não ouvi o nome) disse a hora 4 vezes, e deu uma notícia curta sobre trânsito. Até o meio dia disse como estava o tempo e a umidade do ar mais duas vezes.

A tarde a programação musical segue como sendo único atrativo no programa chamado "Sequência de Classe", músicas mais recentes, mas com menos intervenções do locutor. Ouvi por 4 horas, a partir das 13 horas.

Notícias
Há curtos flashes em spots gravados chamados Centro América News. Ouvi um pela manhã sobre trânsito e um a tarde, sobre exportações do agronegócio. O curioso é que depois do informativo é anunciado que teremos mais notícias daqui a 1 hora. Leva mais tempo que isso para haver notícia.

Interação
Não parece ter espaço de interação. Durante a manhã a locutora deu o telefone da rádio duas vezes. À tarde não ouvi.

Site
O site permite ouvir a rádio com um pequeno delay. Apenas ouvir a rádio, nada mais que isso.
Sem contatos, sem programação, sem locutores. Há um falso link que diz: entre em contato com a radio.

Twitter
Existe mas não é usado. Sem notícias, sem interação seria melhor nem ter twitter.

Diferencial
Numa cidade como Cuiabá, onde a tradição de rádio é pequena, uma rádio que se propõe a inovar precisa buscar uma programação mais quente. Isto é, ter mais tempo de locução, interação, notícias específicas sobre Cuiabá e as músicas "do momento". Isso não significa que a Centro América FM deve tocar Luan Santana. Para cada estilo e público existem as músicas recentes e de sucesso, as músicas "do momento".

Programas de flashback fazem sucesso certo, mas uma programação inteira de flashback corre risco de cansar o ouvinte.

Anunciantes
Em todo esse tempo ouvi quatro anunciantes apenas, contando com a prefeitura de Cuiabá. A rádio está em caráter experimental ou realmente está tendo dificuldade com anunciantes?

Êxodo de ouvintes
Nesse momento em que nossos set lists ficaram imensos, copiar música acontece em bluetooth de celular para celular, uma programação exclusivamente musical não é suficiente para segurar a audiência de um público de classe média, adulto. Mesmo não sendo o público da ponta tecnológica é uma parcela já envolvida nas formas digitais de trocas de música.

Música não é suficiente para segurar a audiência porque hoje qualquer um tem, no seu computador, no IPod, MP3 player ou celular, mais músicas do que consegue ouvir. Uma rádio musical precisa se mostrar à frente dos seus ouvintes, com informações privilegiadas de mídia e com novidades musicais.

A empresa
O empreendimento do Grupo Zaran já ocupava o dial 99,1 da capital a algum tempo. O que foi inaugurada é uma programação com locutores já que a rádio transmitindo apenas música só garantia ao empresário Ueze Zahran o direito da consessão.

A forma das consessões são tão atreladas a figura do empresário ou político que o empresário já planeja abrir mais uma rádio em Sorriso e outra em Rondonópolis. Ele não considera a possibilidade de não ter consessão.

O empresário é dono da Copagaz, da fazenda Chaparral, do Haras Zahran em Mato Grosso do Sul, da TV Centro América e mais seis emissoras de TV em MT e MS.

sábado, 20 de novembro de 2010

Mulheres e mapas

Quando você pergunta: como chego na festa?
Um homem pega um papel, rabisca uma linhas e diz "vindo por aqui dobra essa rua e chega assim, por aqui é a terceira rua, número 370".

Uma mulher diz "sabe como faz pra chegar na casa de Marcinha? Antes de lá, depois da cafeteria você entra numa rua que tem uma casa de portão laranja. Anda mais pra frente e entra na terceira rua. A casa é amarela, com uma luminária de palha. Ao lado da casa tem uma casa com um cachorro preto grande que sempre late".

As curiosidades do percurso que a mulher ensinou aparecem aos poucos.

Você até sabe quem é Marcinha, mas não lembra onde é a casa.
A cafeteria está fechada na hora que você vai pra festa e fechada parece uma casa comum.
O portão laranja é branco, apenas tem uma faixa laranja no muro.
A luminária de palha é um detalhe que você só consegue ver depois de olhar o jardim, a porta, a campainha...
E o cachorro sempre late porque ela sempre chamava na casa errada até descobrir a luminária de palha.

Ainda assim é melhor você lembrar de todos os detalhes que ela lhe disse que pedir pra ela desenhar o caminho, você não vai entender.

Como seres tão inteligentes e habilidosas com linguagens, administração e leitura de pensamentos conseguem ser tão incapazes de desenhar um mapa compreensível?


Muitas mulheres concordam. Olha essas duas.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Família real

Que coisa atrasada! Em 2010 estamos vendo noticiários sobre o casamento do príncipe da Inglaterra. A notícia ainda tem o tom de surpresa: com uma plebéia (ui!).
Cerimônia de casamento já não é uma coisa muito divertida nem importante para os anos que seguem. Serve muito mais para legalizar o sexo perante as instituições que para a felicidade do casal.
Que critério a nossa imprensa usa para cobrir as notícias da família real britânica? A Espanha tem família real, a Suécia, Dinamarca, Holanda, Bélgica... Por que cobrimos as notícias da Inglaterra?
Essa mania de colônia vem do tempo da revolução industrial e se manteve. O Brasil limpava as botas da Inglaterra e a imprensa continua limpando. A importância dada pela imprensa à família real britânica nos deixa numa condição de súditos eternos.
Agora vamos novamente, 30 anos depois, assistir a cobertura supervalorizada do casamento dos donos do povo inglês. Cacilda! Monarquia a essa altura do campeonato é muito atraso da Europa.

Haha, seus pobres! Suas TVs de terceiro mundo pagarão caro para me ver casar e vocês darão audiência e lucro certo para elas.